O trecho escolhido foi
uma estrada vicinal nas proximidades da fazenda dos Portugal, ligando o nada a
lugar nenhum e passando pela basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade GO.
Nossa aventura de hoje marcou a volta do Zelador aos trabalhos bicicletícios depois
de mais de 30 dias pendurado com problemas nas dobradiças inferiores. Até aí
uma novidade um tanto quanto sem graça. Mas o melhor mesmo não foi a volta do
Zelador e sim quem ele convenceu a nos acompanhar. Alexandre Portugal é um
latifundisedentário cuja aptidão para esportes pode ser comparada ao talento
angelical de Adilson Maguila dançando balé.
Alexandre, pelo nível
tecnológico de suas vestimentas e equipamentos, poderia muito bem ser
confundido com um atleta de ponta... ponta de estoque, Ponta porã, ponta queo parao, etc. Com 40 Kg
acima de seu peso nominal ele temia por uma dor acentuada na região prostática
em função de sua excessiva compressão durante o pedal. Decidiu então vestir 4
cuecas, 2 absorventes abas largas e colocar duas capas de gel no banco da barra forte circular emprestada
pelo zelador, com o propósito de amenizar a dor naquela região, pois assim como
o café, no cuador é mais forte. Calçou um kichute preto, apropriado e em
perfeitas condições de uso, vestiu uma camiseta leve feita de uma liga de fibra
de amianto e lascas de garrafa pet reciclada, vestiu suas luvas de culinária e
colocou o chapéu de lavrador. Pronto!! Estava perfeito... para nos matar de rir. Por causa da área avantajada do chapéu de Alexandre tivemos sombra na maior parte do percurso. Saímos
rumo a fazenda do Luciano (que eu nem sei quem é, mas me parece não ser o irmão
do Zezé). Nos primeiros 700 metros (descida) nosso herói cantarolava, contava
piadas e parecia bem disposto. Bastou a inclinação do terreno mudar levemente
para que um silêncio catacumbal o acometesse. Começaram então as reclamações, grunhidos e
gemuras sobre o banco, que mesmo com dezenas de camadas de gel e as 4 cuecas do
ciclista ainda se mostrava duro e supostamente desconfortável. Zelador disse
que o chapeleiro maluco já se sentara em coisas muito mais duras e jamais teria reclamado. Mas eu
não tenho nada haver com isso. É coisa entre eles. Dono de um preparo físico
invejável, ao final do segundo km nosso amigo já apresentava sinais de fadiga e que
vestiria o paletó de madeira. Devagar e sempre (parando) tentamos acompanhar o
ritmo apocalíptico do nosso ilustre amigo iniciante, que por vezes quase jogou
a toalha durante uma subida sem fim, mas bravamente chegou até o fim. Após 10
km decidimos voltar e levar os restos mortais de Alexandre à sede da fazenda
Portugal para a missa de corpo presente, totalizando 20 km. Dalí então eu e zelador decidimos ir até o
Santuário do Divino Pai Eterno para agradecer umas paradas, comprar uma
medalhinha pra minha mãe e rodar pelo menos mais 20 km e deixar a bagaça um
pouquinho mais difícil, com um sol furioso castigando nossas carcaças.
Kichute com portinhola do nosso amigo
Saiu até esse cachorro de lá de dentro
Lavrador ciclista fashion
Alongamento dos músculos bundceps e panceps
Foto para a posteridade. Trajados a caráter. Programa minha sombra minha vida.
O bizarro lavrador fantasma. Lendas urbanas.
Uma das 1767 paradas
Zelador de volta aos trabalhos
Lavrador em ação
Nem mesmo o poderoso zoom de 15 x de minha câmera consegue captar nossos amigos retardatários
Ele descobriu que essa marcha é a mais leve de todas
Belas árvores
Sensualidade, beleza e forma física exuberante...
Não... Não é um espantalho. Ele estava vivo sim. Xô!
Vista dos fundos de Alexandre e Zelador
Ipê
Zeladoria... Ao fundo, o lavrador...
Santuário do DPE
Zelador foi às compras
Santuário DPE visto de fora
Zelador flagrado na tentativa de furto
Santuário
Acostumado a tantas paradas gays, uma parada de ônibus não é nada pra ele
Entrada da cidade
Carcaça castigada na chegada da fazenda
Estatísticas inúteis:
Total: 42,55 km
Tempo: 4h09m20s
Velocidade média: 10,2 km/h
Frequência máxima: 175 bpm
Calorias torradas: 1825