Há duas semanas o aguardado pedal com o mestre do downhill Rodrigo Araújo (Rodrigão) já estava agendado para este domingo. O sábado foi só chuva e confesso que temi pelo cancelamento do evento ciclístico, pois o domingo amanheceu totalmente nublado e com cara de chuva. Mas como a chuva não quis cair, lá estávamos firmes e fortes, às 7h da madrugada, no ponto de encontro combinado: a entrada do Carrefour Sul.
Preparativos na entrada do Carrefour Sul. O pêssego a R$ 4,49 tá até com preço bom, não?
Infelizmente o zelador não pôde nos acompanhar dessa vez, pois tinha um compromisso profissional assaz interessante na manhã daquele dia nublado de novembro: participar do evento “Brasil sem cigarro”, que aconteceria no SESC Faicalville, e contaria com a presença do ilustre Dr. Dráuzio Varela. Eu até tive dúvidas se iria pedalar ou atenderia ao evento antitabagista, mas acabei optando pelo pedal. Equipe reunida (Eu, Rogério Barbosa e Rodrigão), partimos pela BR 153 rumo a terra natal do lendário super-herói subaquático Aquaman, o pequeno município de Hidrolândia, nos arredores da grande Goiânia. O itinerário seria contornar o morro feio, nas proximidades de Hydroland, numa trilha moderada com subidas estarrecedoras, travessia de riacho, um pequeno trecho em mata fechada e paisagens exuberantes, conhecida como trilha do porco. Em forma se assemelhava muito à trilha da coxinha, embora em relevo e paisagem fosse bem diferente. Primeiro é preciso comentar o abismo tecnológico que separava as magrelas. Rodrigo levou sua bike Specialized de US$ 20.000,00, construída com uma liga de titânio / molibdênio, suspensão multilink Mcpherson ativa dianteira e traseira com controle de tração, câmbio seqüencial Shiftronic de liga de carbono e coroas elipsóides com 47 marchas (fora a ré), ABS e ABD, enquanto eu e Rogério timidamente levamos nossas usuais magrelinhas de marca diabo. Pobres sim, porém limpinhos, ora bolas!! Na ocasião Rogério apresentou seu novo modelo de garrafa térmica Campari que prometia ajudá-lo nas subidas e levá-lo às alturas rapidamente.
Novo sistema de hidratação do Rogério.
O ponto de partida foi um posto, que não me recordo o nome, nas imediações do condomínio de chácaras Terra do Boi, e cujo índice de macabricidade do local atingia 6,86 numa escala de 7 pontos. Para você, caro leitor que nada mais tem a fazer lendo esse maldito blog e tampouco entende porra nenhuma de bikes, mostraremos nas fotos a seguir as magrelas de cada ciclista e faremos uma analogia com motos, objetivando uma mais fácil compreensão acerca do abismo técnico entre as duas categorias de equipamentos envolvidos: Downhill (Rodrigo) e PutakeopaHill (Eu e Rogério).
O mundo das bikes:
Bike do Rogério
Minha bike.
Bike do Rodrigo.
Analogia com o mundo das motocicletas:
Moto do Rogério.
Minha moto.
Moto do Rodrigo.
Com uma encruzilhada a cada 500 m, caso não me fosse apresentada como trilha do porco, eu certamente a batizaria de trilha da macumba. Pedalando por uma estrada com densa vegetação e na segunda encruzilhada, 700 m após a primeira encruzilhada (Cruzeiro), encontramos 2 ciclistas, aparentemente profissionais, que vinham de Aparecida. Trocamos uma idéia, tiramos umas fotos e continuamos nossa marcha.
Primeira encruzilhada (cruzeiro).
Vegetação densa e terreno acidentado.
Application de betoneira venezuelano.
Rodrigão, meu brother, me conta quem soltou aquele peidão quente na descida?
Encontro casual com profissionais do ciclismo.
Nosso primeiro desafio foi a travessia de um pequeno riacho, onde tivemos que carregar as magrelas no braço e encharcar as sapatilhas de água gelada. Nada assustador perto da subida que nos aguardava.
Minha bike, com a transmissão mais desregulada que nunca, subia as marchas por vontade própria, o que me impossibilitava de pedalar de pé e, dessa forma, a atenuar os efeitos adversos das subidas íngremes, uma vez que os trancos no meu pobre joelho poderiam ser fatais. Assim sendo, vi meus companheiros abrindo larga vantagem nas subidas e por um instante senti falta do zelador, que certamente ficaria para trás também e me faria companhia. Lembrei-me dele especialmente numa subida interminável de 90 graus, que Rodrigo classificou como sendo um divisor de águas entre homens e meninos. Mas ele estava na ótima companhia do Dr. Dráuzio Varela no evento antitabagista e vamos deixá-lo quieto na bagaça dominical. Do alto do morro avistamos ao longe o temido morro feio, que será nosso destino assim que tivermos um pouquinho mais de condições físicas, maior domínio do equipamento, melhor condicionamento financeiro e uma bike descente, ou seja, nunca mermão. Após uma sessão de fotos, ingestão de fibras e líquido em abundância, seguimos viagem morro abaixo numa descida de tirar o fôlego.
Adiante mais uma encruzilhada, onde pegamos o caminho da direita, fazendo já o caminho de retorno rumo ao posto macabro.
EUR 22.000,00 mais cara que a minha e diferença imperceptível de peso entre bikes.
Travessia.
Travessia 2.
Minha bike, com a transmissão mais desregulada que nunca, subia as marchas por vontade própria, o que me impossibilitava de pedalar de pé e, dessa forma, a atenuar os efeitos adversos das subidas íngremes, uma vez que os trancos no meu pobre joelho poderiam ser fatais. Assim sendo, vi meus companheiros abrindo larga vantagem nas subidas e por um instante senti falta do zelador, que certamente ficaria para trás também e me faria companhia. Lembrei-me dele especialmente numa subida interminável de 90 graus, que Rodrigo classificou como sendo um divisor de águas entre homens e meninos. Mas ele estava na ótima companhia do Dr. Dráuzio Varela no evento antitabagista e vamos deixá-lo quieto na bagaça dominical. Do alto do morro avistamos ao longe o temido morro feio, que será nosso destino assim que tivermos um pouquinho mais de condições físicas, maior domínio do equipamento, melhor condicionamento financeiro e uma bike descente, ou seja, nunca mermão. Após uma sessão de fotos, ingestão de fibras e líquido em abundância, seguimos viagem morro abaixo numa descida de tirar o fôlego.
Raro momento em que a distância entre eu e Rodrigo era de menos de 1 km.
Equipe de leitura labial fotográfica do Fantástico decifra a súplica de Rogério: "Rodrigão, onde eu acho um banheiro aqui perto, meu irmão? Quase matei o Walter agora a pouco". "Só em Hidrolândia, Rogério. Segura a onda aí cara."
Pose para foto apenas. Não estavam conversando nada.
Exemplo clássico de desigualdade social.
Pausa para apreciar a paisagem.
Rogério (E) e Rodrigo (D).
Morro feio visto de longe.
Os 3 ciclistas desse domingo.
Rodrigão e eu.
Rogério
Foto em movimento. Ficou boa, hein?
Pausa para o lanche podreira. Biscoitos de chocolate recheados.
Adiante mais uma encruzilhada, onde pegamos o caminho da direita, fazendo já o caminho de retorno rumo ao posto macabro.
Numa trilha moderada (só se for pro Rodrigo), marcada por poucas paradas, belas paisagens, 2 subidas DUCARALHO muito fortes, um quase tombo meu, trechos acidentados e centenas de encruzilhadas, completamos o pedal de 37 km em 2h56m26s, perfazendo uma velocidade média de 12,5 km/h e torrando cerca de 1742 calorias. A presidência desse blog, em nome de todos os velhosos e furunculosos, agradece ao Rodrigo pela agradabilíssima companhia e pelas dicas sobre apetrexos e gadgets para os próximos pedais. Esperamos poder contar com ele mais vezes no nosso grupo e como retribuição vamos convidá-lo para conhecer a trilha da coxinha (estendida / invertida) conosco nas próximas semanas.