domingo, 27 de novembro de 2011

Trilha do porco Philips - 27 de novembro

 

Há duas semanas o aguardado pedal com o mestre do downhill Rodrigo Araújo (Rodrigão) já estava agendado para este domingo. O sábado foi só chuva e confesso que temi pelo cancelamento do evento ciclístico, pois o domingo amanheceu totalmente nublado e com cara de chuva. Mas como a chuva não quis cair, lá estávamos firmes e fortes, às 7h da madrugada, no ponto de encontro combinado: a entrada do Carrefour Sul. 

Preparativos na entrada do Carrefour Sul. O pêssego a R$ 4,49 tá até com preço bom, não?

Infelizmente o zelador não pôde nos acompanhar dessa vez, pois tinha um compromisso profissional assaz interessante na manhã daquele dia nublado de novembro: participar do evento “Brasil sem cigarro”, que aconteceria no SESC Faicalville, e contaria com a presença do ilustre Dr. Dráuzio Varela. Eu até tive dúvidas se iria pedalar ou atenderia ao evento antitabagista, mas acabei optando pelo pedal. Equipe reunida (Eu, Rogério Barbosa e Rodrigão), partimos pela BR 153 rumo a terra natal do lendário super-herói subaquático Aquaman, o pequeno município de Hidrolândia, nos arredores da grande Goiânia. O itinerário seria contornar o morro feio, nas proximidades de Hydroland, numa trilha moderada com subidas estarrecedoras, travessia de riacho, um pequeno trecho em mata fechada e paisagens exuberantes, conhecida como trilha do porco. Em forma se assemelhava muito à trilha da coxinha, embora em relevo e paisagem fosse bem diferente. Primeiro é preciso comentar o abismo tecnológico que separava as magrelas. Rodrigo levou sua bike Specialized de US$ 20.000,00, construída com uma liga de titânio / molibdênio, suspensão multilink Mcpherson ativa dianteira e traseira com controle de tração, câmbio seqüencial Shiftronic de liga de carbono e coroas elipsóides com 47 marchas (fora a ré), ABS e ABD, enquanto eu e Rogério timidamente levamos nossas usuais magrelinhas de marca diabo. Pobres sim, porém limpinhos, ora bolas!! Na ocasião Rogério apresentou seu novo modelo de garrafa térmica Campari que prometia ajudá-lo nas subidas e levá-lo às alturas rapidamente.

Novo sistema de hidratação do Rogério.

O ponto de partida foi um posto, que não me recordo o nome, nas imediações do condomínio de chácaras Terra do Boi, e cujo índice de macabricidade do local atingia 6,86 numa escala de 7 pontos. Para você, caro leitor que nada mais tem a fazer lendo esse maldito blog e tampouco entende porra nenhuma de bikes, mostraremos nas fotos a seguir as magrelas de cada ciclista e faremos uma analogia com motos, objetivando uma mais fácil compreensão acerca do abismo técnico entre as duas categorias de equipamentos envolvidos: Downhill (Rodrigo) e PutakeopaHill (Eu e Rogério).

O mundo das bikes:

Bike do Rogério

Minha bike.

Bike do Rodrigo.

Analogia com o mundo das motocicletas:

Moto do Rogério.
Minha moto.

Moto do Rodrigo.

Com uma encruzilhada a cada 500 m, caso não me fosse apresentada como trilha do porco, eu certamente a batizaria de trilha da macumba. Pedalando por uma estrada com densa vegetação e na segunda encruzilhada, 700 m após a primeira encruzilhada (Cruzeiro), encontramos 2 ciclistas, aparentemente profissionais, que vinham de Aparecida. Trocamos uma idéia, tiramos umas fotos e continuamos nossa marcha.



Primeira encruzilhada (cruzeiro).

Vegetação densa e terreno acidentado.

Application de betoneira venezuelano.

Rodrigão, meu brother, me conta quem soltou aquele peidão quente na descida?


Encontro casual com profissionais do ciclismo.

Nosso primeiro desafio foi a travessia de um pequeno riacho, onde tivemos que carregar as magrelas no braço e encharcar as sapatilhas de água gelada. Nada assustador perto da subida que nos aguardava.





EUR 22.000,00 mais cara que a minha e diferença imperceptível de peso entre bikes.

Travessia.

Travessia 2.


Minha bike, com a transmissão mais desregulada que nunca, subia as marchas por vontade própria, o que me impossibilitava de pedalar de pé e, dessa forma, a atenuar os efeitos adversos das subidas íngremes, uma vez que os trancos no meu pobre joelho poderiam ser fatais. Assim sendo, vi meus companheiros abrindo larga vantagem nas subidas e por um instante senti falta do zelador, que certamente ficaria para trás também e me faria companhia. Lembrei-me dele especialmente numa subida interminável de 90 graus, que Rodrigo classificou como sendo um divisor de águas entre homens e meninos. Mas ele estava na ótima companhia do Dr. Dráuzio Varela no evento antitabagista e vamos deixá-lo quieto na bagaça dominical. Do alto do morro avistamos ao longe o temido morro feio, que será nosso destino assim que tivermos um pouquinho mais de condições físicas, maior domínio do equipamento, melhor condicionamento financeiro e uma bike descente, ou seja, nunca mermão. Após uma sessão de fotos, ingestão de fibras e líquido em abundância, seguimos viagem morro abaixo numa descida de tirar o fôlego.

Raro momento em que a distância entre eu e Rodrigo era de menos de 1 km.

Equipe de leitura labial fotográfica do Fantástico decifra a súplica de Rogério: "Rodrigão, onde eu acho um banheiro aqui perto, meu irmão? Quase matei o Walter agora a pouco". "Só em Hidrolândia, Rogério. Segura a onda aí cara."

Pose para foto apenas. Não estavam conversando nada.

Exemplo clássico de desigualdade social.


Pausa para apreciar a paisagem.

Rogério (E) e Rodrigo (D).

Morro feio visto de longe.

Os 3 ciclistas desse domingo.


Rodrigão e eu.

Rogério

Foto em movimento. Ficou boa, hein?

Pausa para o lanche podreira. Biscoitos de chocolate recheados.


Adiante mais uma encruzilhada, onde pegamos o caminho da direita, fazendo já o caminho de retorno rumo ao posto macabro.

Numa trilha moderada (só se for pro Rodrigo), marcada por poucas paradas, belas paisagens, 2 subidas  DUCARALHO muito fortes, um quase tombo meu, trechos acidentados e centenas de encruzilhadas, completamos o pedal de 37 km em 2h56m26s, perfazendo uma velocidade média de 12,5 km/h e torrando cerca de 1742 calorias. A presidência desse blog, em nome de todos os velhosos e furunculosos, agradece ao Rodrigo pela agradabilíssima companhia e pelas dicas sobre apetrexos e gadgets para os próximos pedais. Esperamos poder contar com ele mais vezes no nosso grupo e como retribuição vamos convidá-lo para conhecer a trilha da coxinha (estendida / invertida) conosco nas próximas semanas.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mocó estendido / invertido - 13 de novembro



O Mocó foi novamente o nosso ponto de partida para mais uma inesquecível aventura ciclística. Convites foram feitos para que outros ciclistas amigos nos acompanhassem, mas sem sucesso. Mais uma vez apenas os 3 mosqueteiros confirmaram presença: Eu, Rômulo e Rogério Barbosa. Eu, Rômulo e as respectivas famílias chegamos no sábado (12/11) e começamos os preparativos para o pedal dominical. No domingo Rogério chegou as 8h, trazendo a bike desmontada em 28 pedaços dentro de seu veículo. Dessa vez a idéia sugerida pelo mestre da zeladoria seria aumentar o percurso saindo rumo a Teresópolis, pegando uma estrada de terra que voltaria contornando o condomínio e fazendo o trajeto no sentido inverso em relação aos anteriores. Zelador preparava quitutes lipídicos enquanto discutíamos o trajeto. Para nossa surpresa o fotógrafo oficial trouxe uma câmera tabaflex cujas pilhas Raiovaca, adquiridas numa birosca no caminho, eram suficientes para tirar apenas 3 fotos. Assim sendo, tivemos que levar mais uma vez o celular do zelador para os serviços fotográficos, cuja alta resolução de 0,34 Megapixel conferia feições quadriculadas àqueles que se deixavam capturar pelas lentes ópticas do dispositivo. A presidência deste blog pede desculpas aos seus seguidores pela baixa qualidade do ensaio fotográfico.

Mosqueteiros reunidos minutos antes da epopéia.

Chegada de Rogério e sua bike em pedaços.

Zelador preparando quitutes lipídicos energizantes.

As 8:36h iniciamos nossa epopéia e logo de início o zelador pôde sentir os efeitos adversos do álcool corroendo seu fragilizado sistema hepático, uma vez que no dia anterior cerca 20 latões de nova schin morna foram consumidos de forma indiscriminada.

Embora relativamente tarde para o início das atividades bicicletícias (8:36h), a temperatura amena da manhã seria uma aliada importante para o êxito cardiovascular dos aspirantes a atletas naquela empreitada.

Vencemos a primeira parte do desafio pela estrada que nos conduziria a Teresópolis e iniciamos o inédito trecho despido de camada asfáltica que contornaria o condomínio. Chamou-nos a atenção a quantidade de artrópodes da classe Chilopoda, as famigeradas lacraias ou centopéias, cruzando o solo avermelhado e úmido da região. Sensibilizados, fizemos um minuto de silencio em memória do dançarino Marco Aurélio Silva da Rosa, de 33 anos, conhecido como Lacraia e famoso pelos hits funk “Vai, Lacraia!” e “Eguinha Pocotó” que vestiu o paletó de madeira em 09/05/2011, deixando uma lacuna impreenchível no meio artístico mundial. Descanse em paz amigo!! “Vai, Lacraia!” “Vai, Lacraia!”.

Artrópode Lacraia.

Dançarino Lacraia.

Rômulo Augusto havia submetido sua magrela na semana que antecedeu nosso pedal a uma revisão boqueta, tabajara e meia bomba numa bicicletaria fundo de quintal no subúrbio da capital goiana. Teria desembolsado R$ 25,00 (entrada / 30 / 60) para supostamente deixar a magrela em condições descentes de uso. Resultado: Ao primeiro esforço numa subida altamente trepidante a corrente saiu e deixou nosso amigo zelador na mão, comprovando que economia e porcaria se afinizam perfeitamente. Momento mais que justificável para um lanche, Rogério sacou de sua Camel Back rosquinhas de castanha de Baru (que porra é essa?), uma iguaria tão boa quanto morrer queimado, mas rica em fibras e, portanto, supostamente adequada às necessidades nutricionais do momento.

Rogério oferecendo sua rosquinha para a galera.

Primeira intercorrência.

Revisão de R$ 25,00 (entrada / 30 / 60) com choro no cheque da entrada. O altíssimo castiga mesmo mermão!!

Pacote Combo trio: pedreiro / porteiro / espantalho.

Ciclistas apreciando a paisagem.

Como que em um passe de mágica a inversão do percurso transformou subidas em descidas. Infelizmente as descidas viraram subidas também. Mas na verdade estou escrevendo isso aqui apenas para encher lingüiça porque estou achando o texto meio pobre dessa vez.

Finalmente chegamos à sede da fazenda Santa Branca onde fizemos uma breve pausa no sistema bancário local. Zelador sugeriu tentar um novo caminho que supostamente nos levaria ao mesmo destino. In the hell? Embrace devil! Seguimos sua intuição e nos deparamos com uma ponte caída que ligava o nada a lugar nenhum. No entanto um complexo de cachoeiras nos aguardava nas imediações para um banho glacial refrescante. Dessa vez não pude resistir e também caí na água gélida. Sem opções de trilhas, não havia como seguir adiante e tivemos que voltar e retomar o caminho anterior através da sede da fazenda, que nos conduziria ao Mocó.
Pausa no sistema bancário da região.

Visão desoladora da ponte destruída.

Como tornar a visão ainda mais desoladora.

Ensaio fotográfico do operador guatemalteco de empilhadeira.

Flagrante de strip.

Sauna gay ao ar livre.

O abominável monstro das corredeiras.

De volta ao Mocó, completando os desgastantes 47,8 km, Rogério nos surpreendeu com mais uma de suas iguarias, que ficara armazenada em uma caixa de isopor dentro do carro. Uma bela tigela de açaí congelante com granola. PQP!! Tava muito bom. Ninguém pediu nada. Ele trouxe por livre e espontânea vontade. Agora terá de fazer o mesmo nas próximas aventuras por livre e espontânea pressão.

O entregador de açaí.

Humanóide sem polegar oferecendo açaí.

Cobertura de granola. Lá se foram as calorias perdidas.

Modo lixeiro ON: Serviço automatizado de coleta de lixo.

Transporte de lixo. O lixo está nos sacos.

Estatísticas inúteis:

Lacraias no caminho: 38
Distância percorrida: 47,8 km
Tempo de percurso: 4h02m39s
Calorias torradas: 2048