Segunda-feira 20/02, por volta das 22:30h: Enquanto eu, Gerin e Fí destroçávamos um sanduba podreira no Komiketo, Rômulo Zelador Augusto enviava um SMS convidando para um pedal sabor Coxinha no dia seguinte, com saída prevista de sua residência tardiamente às 8h em função de excessos com o álcool na noite anterior. Marcelo Seabra, neurocirurgião renomado na costa leste do Suriname, estreante no pedal de 19/02 e se recuperando de uma cirurgia corretiva de bico de papagaio, estava sedento pela oportunidade de concluir um pedal longe da UTI. Destarte estava de sobreaviso e telepaticamente me ligou logo após o recebimento do SMS proveniente do dispositivo móvel do Zelador. Impressionante... Já era tarde e acabei não falando com Rogério Adocica Barbosa, que infelizmente não nos acompanhou nessa e fez falta com suas guloseimas e iguarias.
Terça-feira, 21/02, 4h da madrugada: A chuva torrencial que desabou na região sul de Goiânia me fez mais uma vez perder o sono, ou o que restou dele, e fiquei aguardando a hora de sair. A mesma precipitação pluviométrica intensa sepultava todas as chances de sucesso do pedal naquela manhã cinza de fevereiro. Mas por fim as condições climáticas melhoraram substancialmente e o passeio foi mantido. Assim sendo, já atrasado peguei, digo, busquei o Marcelão em sua casa às 8h. Rômulo Zelador Augusto e o abominável Rogério das Neves nos aguardavam no Portal, de onde partimos em duas viaturas rumo ao posto Sobrado para o início dos trabalhos bicicletícios do dia.
Concluídos os preparativos de praxe, saímos os 4 mosqueteiros (eu, Zé, Neves e Seabra) as 9:19h rumo a trilha do salgado frito empanado sabor frango e com formato de gota, também conhecida como coxinha. Com especial atenção para Marcelo Seabra que ainda se recuperava do pedal de dois dias atrás, seguimos em cadência geriátrica para não lesionar o famigerado sistema muscular de nosso amigo. Mas algo de macabro pairava no ar e não sabíamos os episódios apocalípticos que estariam por vir. Logo no início nos deparamos com um cadáver de um réptil ofídeo peçonhento com suas vísceras expostas. ERGH!! Mas na altura do km 6,5 o apocalipse chegaria... Nosso amigo estreante, que não usava cinto de segurança no momento, embora advertido sobre os perigos do percurso, perdeu o controle de sua magrela em um trecho sinuoso em declive acentuado cuja superfície estava recoberta de cascalho, capotando em uma curva perigosa e deixando os demais ciclistas apreensivos quanto a sua integridade física. Mais triste que a lesão em sua mão esquerda foi o sentimento de não ter registrado o capotamento. Alguns metros a frente da região do acidente, mais um cadáver de serpente, dessa vez de proporção estarrecedora, podia ser observado a margem da estrada. Mediante o corte profundo na mão, a perda de litros de sangue e um jogo do campeonato espanhol que seria exibido nos próximos minutos (não necessariamente nessa ordem de importância), decidimos abortar o passeio e voltarmos (FUEN FUEN FUEEEEEEENNN!!). Mais importante que concluir o percurso era... se você pensou manter a tradição, você acertou! Por isso era mandatória a entrada no butekão, no caminho de volta para o posto, para o lanche podreira. Enquanto o enfermo maneta se contorcia, saboreamos uma deliciosa coxinha e aí sim voltamos ao nosso ponto de partida do pedal, de onde retornamos aos nossos lares.
Clima de festa e descontração dos meus amigos na saída em frente ao posto Sobrado, ou seja, tinha posto atrás dos 3.
Barro intenso e condições precárias de tráfego.
Início dos trabalhos. Ciclista ao longe.
Imagem em Full HD captada pelas lentes de meu celular.
Hora do lanche.
Marcelo, minutos antes do acidente. Pergunta: Estaria sua barrigueira shape pânceps, designed by Dr. Rey, comprimindo demasiadamente sua cavidade abdominal?
Ferimento.
Achado arqueológico raro: Cocô fóssil da era cenozóica terciária.
Zelador e sua paixão por cobras... UI!
Intrépido ciclista e sua árdua batalha contra a serpente.
Local isolado para a perícia após o acidente.
Marcelo empurrando seu patinete gigante.
Glamour, iguarias raras e cristais nobres compõem o ambiente no butekão.
Em função do acidente terminamos o pedal com cabalísticos 13 km completos... Tenso. Esperamos que Marcelo se recupere e principalmente compre luvas para o próximo pedal.