Rogério Homem das Neves e Rômulo Zelador Augusto pernoitaram no Mocó com seus familiares, nosso ponto de partida de hoje. Eu e Marcelo partiríamos bem cedo de Goiânia rumo ao município de Teresópolis de Goiás, onde se localiza o Mocó (suntuosa propriedade rural dos Melgaço) e encontraríamos os demais para os trabalhos desse domingo. A proposta seria deslizar as magricelas pela estrada pontualmente às 7h. Para isso, coloquei as bikes na viatura no dia anterior com muito esmero e carinho e combinei com Marcelo Seabra que o pegaria, digo, buscaria, na longínqua periferia onde reside por volta das 6:20h, de tal sorte que pudéssemos alcançar com folga o Mocó às 7h para o início das atividades ciclomotivas. De lá pedalaríamos a Goianápolis, metrópole localizada cerca de 20 km de lá. Zelador se apresentou com uma severa lesão em seu pobre joelho direito, que teria ocorrido no dia anterior em função de uma suposta disputa de uma partida de futebol. Existem rumores sobre um possível castigo, imposto por sua senhora, tendo este permanecido de joelhos sobre o milho de pipoca por horas a fio por não ter lavado de forma satisfatória a louça do jantar na noite anterior. Marcelo se apresentou com vestimentas novas, adquiridas em uma liquidação de ponta de estoque nas lojas Rei do Rayon, no bairro Campinas. Dr. Smurf, como ficou conhecido, após passar por um serviço de funilaria e pintura em sua castigada carroceria, se recuperou do último acidente ocorrido na trilha da coxinha e estava feliz e saltitante com suas novas aquisições bicicletícias. Iniciamos as atividades as 7:56h rumo a Goianápolis.
Os lesionados e recém-recuperados sofriam para acompanhar os demais, que facilmente sumiam na frente. Já no terço final para a chegada em Goianápolis, sofri um pequeno acidente quando tentava escalar corajosamente uma parede de cascalhos, caindo da bike e batendo o joelho esquerdo (justamente o esquerdo...) nas pedras, tendo como resultado um corte de 3 cm. Zelador revirou sua caixa de isopor e, em meio a bananas, cabos de aço, marmitas, pneus velhos, vasos sanitários e ferramentas, me ofereceu gentilmente um antisséptico podreira de R$ 2,00 e uma faixa usada em sua cachorra para o curativo. Recuperados do susto, continuamos nosso passeio. Uma das subidas mais difíceis de minha existência nos aguardava nas imediações de Goianápolis. Marcelo, que está com o condicionamento físico ligeiramente superior a alguém que acorda do coma após 10 anos, declinou e sequer subiu empurrando a bike. Eu, Zelador e Rogério chegamos ao cume da montanha e, consequentemente, ao nosso destino, enquanto Marcelo nos aguardava morro a baixo. O Zelador já havia tomado uma aspirina supositório no caminho e agora já procurava desesperadamente uma Farmácia para a aquisição de uma caixa de Dorflex na mesma posologia. Realizou seu desejo ardente e consumiu rapidamente os comprimidos que supostamente dariam condições de suportar as dores em seu joelho e voltar. Voltamos... Dr. Smurf havia descansado bastante e suas baterias já tinham atingido os 7% de capacidade quando, em uma descida acidentada e com muito cascalho, perdeu o controle da bike e capotou (mais uma vez), deslizando suavemente sua carcaça recém-recuperada naquela superfície macia e sem atrito. Dava dó o estado geral da pessoa... Escoriações múltiplas, sangue, esfolamentos, assaduras e outras mazelas desfiguravam o Dr. Estrupício, que felizmente não teve nenhuma fratura que o impossibilitasse de continuar. Sem faixa e sem antisséptico, usados em outro acidente, partiu estrupiado e com o sistema cardiovascular em frangalhos. Chegamos até Teresópolis, onde Zelador solicitou, via celular, auxílio-reboque ao seu genitor, que gentilmente compareceu para guinchar aqueles cuja genitália tem serventia somente para fins urinários. Pedal é coisa de macho! Destarte eu e Rogério continuamos bravamente a volta até o Mocó enquanto os demais seres eram removidos pelo veículo de apoio.
Brava bike antes da aventura
Zelador e Dr. Smurf nos preparativos
Rômulo em posição de ataque
Reprovação de seu Marcos ao ver o filho com roupas de lycra coladas ao corpo
Grande Marcão!
Zelador levando 4 bananas atrás. Nem sente mais...
Foto para a posteridade
Primeiro lanche.
Tradicional foto upside down.
Eu de uniforme novo.
Dr. Smurf e Zelador ao longe.
Vaca
Zelador e Dr. Smurf chegando... Passados 23 minutos...
Paisagem exuberante.
Pausa para hidratação... Rômulo passa hidratante em Rogério. Tenho nada com isso!
Marcelo ainda vivo... (saudosismo).
Entrada de uma fazenda.
Meu joelho.
Meu joelho... 2
Meu joelho... 3
Zelador enfermeiro tarado.
Cocô fora de hora!
Vem disgrama...
Chega mais...
Vem sem pressa, estrupício...
Isso... Empurra a bike. Ninguém tá com pressa mesmo...
37 graus, sol na carcaça... Não tenha pressa...
Ainda chega rindo o cara de pau!
Zelador chegando ao destino. Eita morro filha de uma égua!
Morre desgraçado!!
Rogério também conseguiu...
E eu pensava que isso não existisse mais... Tenso...
Zelador em êxtase na farmácia para aquisição de dorflex supositório.
Após uma súplica para que eu mesmo colocasse o supositório no zelador, neguei veementemente o pedido despudorado.
Dr. Smurf Estrupício Seabra
Pobres joelhos...
Camisa rasgada, bermuda perfurada, joelhos esfolados...
Eita pessoal fudido.
Pacto para não mais acidentes hoje.
Chevetão abandonado... Tenso...
Dobradiças do zelador após o pedal.
Protagonista de várias cenas de horror.
Dr. Smurf 1.
Dr. Smurf 2.
Dr. Smurf 3.
Dr. Smurf 4.
Meu joelho nórdico com olhos azuis.
Estatísticas:
Total: 38 km (para os machos);
Calorias queimadas: 1529;
Tempo total de pedal: 3h22m21s
Velocidade média: 11,5 km/h
Joelhos inutilizados: 4